Origem
Trás-os-Montes
Recolha
De: José Alberto Sardinha
Em: “Portugal – Raízes Musicais”: CD2 – Trás-os-Montes (1996)
Ouvir
Reinterpretação
Intérprete: Né Ladeiras
Álbum: Traz Os Montes (1994)
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Outras Informações
“Beijai o Menino”, ou “Beisai l Menino” (em mirandês), é uma canção de Natal tradicional portuguesa da província de Trás-os-Montes. Trata-se de uma composição de origem popular, e portanto desconhece-se o seu autor e data de produção. Com efeito, esta melodia não tem uma letra definida, permitindo uma multiplicidade de versos e variações. A primeira recolha desta canção foi feita pelo folclorista norte-americano Kurt Schindler, em Miranda do Douro (1932-1933). No entanto, foi através do historiador português, o Abade de Baçal, que se soube que esta cantiga era cantada acompanhada pela gaita de foles nalgumas aldeias de Bragança durante a “Missa do Galo”, quando se celebrava a tradição de “beijar o Menino”.
De acordo com a tradição católica, a “Missa do Galo” é a missa celebrada na véspera de Natal a partir da meia-noite do dia 24 para o dia 25 de dezembro, tendo sido integrada nas celebrações da Natividade durante o século V. A expressão deriva da antiga lenda que conta que, na noite de Natal, um galo teria cantado fortemente, anunciando a vinda do Messias, filho do Deus vivo, Jesus Cristo. Deste modo, o galo foi escolhido como o símbolo desta celebração porque, historicamente e tradicionalmente, representa vigilância, fidelidade e testemunho cristão. Ao todo são realizadas três missas: a missa da noite que comemora o nascimento temporal de Jesus, de seguida a da aurora ou do galo, onde se celebra o nascimento de Jesus no coração dos fiéis e, por fim, a missa do dia ou da festa, evoca o nascimento do Verbo no seio do Pai.
Seguindo a tradição portuguesa, no final da missa, após a comunhão, os fiéis dirigem-se ao altar para “beijar o Menino” (beijar os pés da imagem do Menino Jesus, tal como está representado na pintura), por vezes acompanhados de cânticos litúrgicos. Era também comum acenderem-se grandes fogueiras, geralmente logo após a missa, nas praças das vilas, aldeias ou cidades, e nos adros das igrejas. O povo reunia-se e confraternizava à volta desse enorme madeiro que era queimado, simbolizando a purificação e a renovação. As pessoas também queimavam a sua própria lenha nas chaminés, a fim de “aquecer o Menino Jesus” quando Ele viesse à noite para recompensar as crianças pelo seu bom comportamento e por terem ajudado a fazer o presépio.
Letra
Beijai o Menino
Beijai-o agora
Beijai o Menino
De Nossa Senhora
Beijai o Menino
Beijai-o no pé
Beijai o Menino
Que é de São José
Beijai o Menino
Beijai-o na mão
Beijai o Menino
Que é de São João
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Last Updated: 5 Janeiro, 2025 by gefac
BEIJAI O MENINO
Origem
Trás-os-Montes
Recolha
De: José Alberto Sardinha
Em: “Portugal – Raízes Musicais”: CD2 – Trás-os-Montes (1996)
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Reinterpretação
Intérprete: Né Ladeiras
Álbum: Traz Os Montes (1994)
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Outras Informações
“Beijai o Menino”, ou “Beisai l Menino” (em mirandês), é uma canção de Natal tradicional portuguesa da província de Trás-os-Montes. Trata-se de uma composição de origem popular, e portanto desconhece-se o seu autor e data de produção. Com efeito, esta melodia não tem uma letra definida, permitindo uma multiplicidade de versos e variações. A primeira recolha desta canção foi feita pelo folclorista norte-americano Kurt Schindler, em Miranda do Douro (1932-1933). No entanto, foi através do historiador português, o Abade de Baçal, que se soube que esta cantiga era cantada acompanhada pela gaita de foles nalgumas aldeias de Bragança durante a “Missa do Galo”, quando se celebrava a tradição de “beijar o Menino”.
De acordo com a tradição católica, a “Missa do Galo” é a missa celebrada na véspera de Natal a partir da meia-noite do dia 24 para o dia 25 de dezembro, tendo sido integrada nas celebrações da Natividade durante o século V. A expressão deriva da antiga lenda que conta que, na noite de Natal, um galo teria cantado fortemente, anunciando a vinda do Messias, filho do Deus vivo, Jesus Cristo. Deste modo, o galo foi escolhido como o símbolo desta celebração porque, historicamente e tradicionalmente, representa vigilância, fidelidade e testemunho cristão. Ao todo são realizadas três missas: a missa da noite que comemora o nascimento temporal de Jesus, de seguida a da aurora ou do galo, onde se celebra o nascimento de Jesus no coração dos fiéis e, por fim, a missa do dia ou da festa, evoca o nascimento do Verbo no seio do Pai.
Seguindo a tradição portuguesa, no final da missa, após a comunhão, os fiéis dirigem-se ao altar para “beijar o Menino” (beijar os pés da imagem do Menino Jesus, tal como está representado na pintura), por vezes acompanhados de cânticos litúrgicos. Era também comum acenderem-se grandes fogueiras, geralmente logo após a missa, nas praças das vilas, aldeias ou cidades, e nos adros das igrejas. O povo reunia-se e confraternizava à volta desse enorme madeiro que era queimado, simbolizando a purificação e a renovação. As pessoas também queimavam a sua própria lenha nas chaminés, a fim de “aquecer o Menino Jesus” quando Ele viesse à noite para recompensar as crianças pelo seu bom comportamento e por terem ajudado a fazer o presépio.
Letra
Beijai o Menino
Beijai-o agora
Beijai o Menino
De Nossa Senhora
Beijai o Menino
Beijai-o no pé
Beijai o Menino
Que é de São José
Beijai o Menino
Beijai-o na mão
Beijai o Menino
Que é de São João
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