SINOPSE
Nesta oficina abordam-se as metodologias da História Oral e da Etnografia para uma recolha de testemunhos sobre a história do teatro universitário, onde dissidência e resistência se misturam com o quotidiano.
A oficina comporta uma parte teórica relativa às técnicas de recolha de História Oral e Etnografia, e uma parte prática de acompanhamento de elaboração de grelha de entrevistas e posterior acompanhamento à distância do trabalho realizado, até à sua publicação final.
Sendo o teatro universitário constituído por gerações que se substituem umas às outras, verifica-se que há uma ausência generalizada de registo das experiências – o que por vezes se acentua com o facto de o arquivo dos grupos estar pouco organizado e sistematizado. A recolha de testemunhos permite então tanto contextualizar factos documentados como aceder a dados, sensações, experiências impossíveis de alcançar apenas pela consulta do material arquivado. Tendo em conta o gradual desaparecimento dos elementos das primeiras gerações, bem como a precariedade do arquivo digital correspondente aos últimos anos do grupo, urge dotar os elementos dos grupos de teatro universitários de meios para recolher a sua própria História, que é igualmente a história de uma contracultura, quando interpretada à escala do movimento estudantil e da sociedade civil portuguesa.
AOS PARTICIPANTES
Desde 1966 até à contemporaneidade, em Coimbra e à escala do movimento estudantil, o GEFAC foi afirmando desde sempre uma acção participada atenta ao seu tempo. Nasceu no rescaldo de uma crise académica silenciada (em 1965) que pôs a Associação Académica de Coimbra gerida por comissões administrativas. Entre recolhas de cultura popular e espectáculos de música, dança e teatro – alguns deles porventura censurados – nova crise académica emerge, em 1969: é o fim da ‘Primavera Marcelista’ com novas prisões e a guerra colonial no horizonte.
Elementos do GEFAC serão então agentes influentes e engajados na organização dos estudantes contra a ditadura, enquanto participam na recolha e registo das manifestações culturais portuguesas e prosseguem com a linha estética do grupo, que a diferencia dos outros agrupamentos teatrais universitários da cidade e do país: o enfoque na recolha etnográfica. Desde meados dos anos 1960 há um diversificar da pletora do movimento associativo em múltiplas frentes até ao culminar da revolução de Abril de 1974, que abriu radicalmente o espectro da vida cívica em Portugal. A acção do grupo atravessa estes tempos, intervindo neles. Seja por via dos processos artísticos, das apresentações, seja pelo que recolhem, pelo seu carácter ‘etnográfico’, seja na posição que o grupo assume no seio do movimento estudantil, a história e a memória do GEFAC é imprescindível para uma melhor compreensão da cultura portuguesa nos últimos 50 anos.
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Oficina de História Oral e Etnografia do Teatro Universitário
23 Novembro, 2015 @ 18:00 - 21:00
GratuitoEvento Navegação
Inscrição necessária: gefac.uc@gmail.com
SINOPSE
Nesta oficina abordam-se as metodologias da História Oral e da Etnografia para uma recolha de testemunhos sobre a história do teatro universitário, onde dissidência e resistência se misturam com o quotidiano.
A oficina comporta uma parte teórica relativa às técnicas de recolha de História Oral e Etnografia, e uma parte prática de acompanhamento de elaboração de grelha de entrevistas e posterior acompanhamento à distância do trabalho realizado, até à sua publicação final.
Sendo o teatro universitário constituído por gerações que se substituem umas às outras, verifica-se que há uma ausência generalizada de registo das experiências – o que por vezes se acentua com o facto de o arquivo dos grupos estar pouco organizado e sistematizado. A recolha de testemunhos permite então tanto contextualizar factos documentados como aceder a dados, sensações, experiências impossíveis de alcançar apenas pela consulta do material arquivado. Tendo em conta o gradual desaparecimento dos elementos das primeiras gerações, bem como a precariedade do arquivo digital correspondente aos últimos anos do grupo, urge dotar os elementos dos grupos de teatro universitários de meios para recolher a sua própria História, que é igualmente a história de uma contracultura, quando interpretada à escala do movimento estudantil e da sociedade civil portuguesa.
AOS PARTICIPANTES
Desde 1966 até à contemporaneidade, em Coimbra e à escala do movimento estudantil, o GEFAC foi afirmando desde sempre uma acção participada atenta ao seu tempo. Nasceu no rescaldo de uma crise académica silenciada (em 1965) que pôs a Associação Académica de Coimbra gerida por comissões administrativas. Entre recolhas de cultura popular e espectáculos de música, dança e teatro – alguns deles porventura censurados – nova crise académica emerge, em 1969: é o fim da ‘Primavera Marcelista’ com novas prisões e a guerra colonial no horizonte.
Elementos do GEFAC serão então agentes influentes e engajados na organização dos estudantes contra a ditadura, enquanto participam na recolha e registo das manifestações culturais portuguesas e prosseguem com a linha estética do grupo, que a diferencia dos outros agrupamentos teatrais universitários da cidade e do país: o enfoque na recolha etnográfica. Desde meados dos anos 1960 há um diversificar da pletora do movimento associativo em múltiplas frentes até ao culminar da revolução de Abril de 1974, que abriu radicalmente o espectro da vida cívica em Portugal. A acção do grupo atravessa estes tempos, intervindo neles. Seja por via dos processos artísticos, das apresentações, seja pelo que recolhem, pelo seu carácter ‘etnográfico’, seja na posição que o grupo assume no seio do movimento estudantil, a história e a memória do GEFAC é imprescindível para uma melhor compreensão da cultura portuguesa nos últimos 50 anos.
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Local
Coimbra, Coimbra Portugal + Mapa Google
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